O Patinho Feio

(Hans Christian Andersen)

Era uma vez, em um belo lago, uma pata que chocava seus ovos ansiosamente. Ela esperava pelo momento em que os ovos eclodiriam e revelariam seus filhotes. Quando o momento chegou, todos os ovos chocaram, exceto um. Do último ovo, saiu um patinho diferente de todos os outros.

O patinho era maior e desajeitado, com penas escuras e feias. Ao olhar para si mesmo e para os irmãos, ele percebeu que não se parecia com ninguém, e todos o rejeitavam por causa de sua aparência. Os patinhos e outros animais da fazenda o chamavam de "patinho feio".

Triste e sozinho, o patinho feio decidiu fugir e buscar um lugar onde pudesse ser aceito e amado. Ele vagou pela floresta e pelos campos, mas em todos os lugares em que ia, era rejeitado. Os outros animais zombavam dele e o tratavam com crueldade.

Certo dia, enquanto cruzava um lago, viu um bando de belos cisnes nadando graciosa e majestosamente na água. O patinho feio ficou encantado com sua beleza e se aproximou timidamente do grupo.

— Quem é você? — perguntou um dos cisnes, olhando curiosamente para o patinho feio.

— Eu sou um patinho feio, um pássaro desajeitado e sem beleza — respondeu tristemente.

Os cisnes se aproximaram dele e o cercaram com gentileza. Para surpresa do patinho feio, ele viu seu reflexo na água e percebeu que havia se transformado em um cisne bonito e elegante.

— Mas... eu não sou mais um patinho feio! Sou um cisne! Um cisne de verdade! — exclamou ele, com lágrimas de alegria nos olhos.

Os outros cisnes sorriram e acolheram o novo amigo. — Sim, você sempre foi um de nós. Bem-vindo à nossa família — disseram carinhosamente.

O patinho feio encontrou, finalmente, o lugar onde pertencia. Ele se juntou ao bando de cisnes e viveu feliz ao lado de seus verdadeiros irmãos.

Os patos e animais que o haviam rejeitado antes ficaram surpresos ao vê-lo agora como um cisne gracioso. Eles se aproximaram, pedindo desculpas por seu comportamento anterior.

— Perdoem-me por não ter percebido sua verdadeira beleza e valor — disse um dos patos, envergonhado.

O patinho feio, agora um belo cisne, sorriu gentilmente e respondeu: — Não se preocupe. Eu aprendi que a verdadeira beleza está dentro de cada um de nós. É preciso aceitar e amar quem somos verdadeiramente.

E assim, o patinho feio encontrou não apenas sua aparência verdadeira, mas também o amor e a aceitação que sempre desejou. Ele viveu feliz ao lado de seus irmãos cisnes e provou que a beleza reside no coração e na alma, e não apenas na aparência física.